Há tempos não me escrevo, não escrever correspondências para mim mesma entende, digo, há tempos não me detalho escrevendo, não me detalho mais nem em pedaços e nem inteira, não me perco e nem me acho para contar histórias, não me encontro mais nestes retalhos da vida.
Ao mesmo tempo que é surpreendente é maravilhosa, não a vida, quero dizer a mente, e perigosa quando perturba seus sinais vitais, pois, concordamos que a mente e nossas vidas andam em linha reta como se tivessem uma relação consaguinea uma com a outra, afinal a vida é dirigida por sinais mentais e encapsulada em uma atmosfera criada por nós mesmos, quase que adaptada e lapidada todos os dias para que se mantenha nos trilhos. Trilhos mentais de sinais vitais.
E quando essa atmosfera muda? E a mudança mental é mais rápida que a vital? E de repente o seu corpo já não acompanha mais a mente, que está a anos luz de rejuvenescimento enquanto o seu corpo apenas envelhece. Não se dá conta de adaptar ou corresponder a velocidade de mudança de pensamentos frente a velocidade reduzidamente menor da mudança vital/corporal. As vezes é como se você concluísse que o ar não é mais importante por uma hipótese aparentemente infalível e fazer com que seu corpo se adapte a isso. Como?
Acho que não consigo mais me detalhar porque minha mente já está anos luz a minha frente enquanto meus dedos envelhecidos apenas estão tricotando sobre um teclado, aparamente velho também tentando transcender minhas ideias que a cada dia tornam-se mais complexas
M. B