Trechos do filme Janela da Alma.


(...) O que mais me agradava nos livros era o fato de que aquiIo que eles nos davam não se achava apenas dentro deles, mas o que nós, crianças, adicionávamos a eles é que fazia a história acontecer.
Quando crianças, podíamos realmente ler entre as linhas e acrescentar-lhes toda a nossa imaginação. Nossa imaginação realmente complementa as palavras.

Quando comecei a assistir aos filmes, era assim que eu os via. Queria ler entre as linhas, e,na época, isso era possível. Atualmente, os fiImes são totaImente fechados, enclausurados. Não há mais espaço para inserir o sonho. A maioria dos filmes contemporâneos não nos deixa mais nenhum espaço.O que você é o que você recebe. Não é preciso introduzir neles os próprios sonhos: chegam prontos.

O que vemos é constantemente modificado por nosso conhecimento, nossos anseios, nossos desejos,nossas emoções...pela cuItura, pelas teorias científicas mais recentes...

Acho que mesmo quando crescemos nós amamos o conforto e a segurança das estórias qualquer que seja o tema. A estrutura da estória cria um sentido. E nossa vida, de maneira geral, carece de sentido. Por isso, temos uma intensa sede de sentido.

Acho que acontece o mesmo com as outras coisas que temos em excesso. Quero dizer, temos muitas coisas em excesso nos dias de hoje. A única coisa que não temos o suficiente é tempo, mas a maioria de nós tem tudo, em excesso, e ter tudo, em excesso significa que nada temos.

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