Quando não se tem ideia nem do título.



Há tempos não me escrevo, não escrever correspondências para mim mesma entende, digo, há tempos não me detalho escrevendo, não me detalho mais nem em pedaços e nem inteira, não me perco e nem me acho para contar histórias, não me encontro mais nestes retalhos da vida. 
Ao mesmo tempo que é surpreendente é maravilhosa, não a vida, quero dizer a mente, e perigosa quando perturba seus sinais vitais, pois, concordamos que a mente e nossas vidas andam em linha reta como se tivessem uma relação consaguinea uma com a outra, afinal a vida é dirigida por sinais mentais e encapsulada em uma atmosfera criada por nós mesmos, quase que adaptada e lapidada todos os dias para que se mantenha nos trilhos. Trilhos mentais de sinais vitais. 
E quando essa atmosfera muda? E a mudança mental é  mais rápida que a vital? E de repente o seu corpo já não acompanha mais a mente, que está a anos luz de rejuvenescimento enquanto o seu corpo apenas envelhece. Não se dá conta de adaptar ou corresponder a velocidade de mudança de pensamentos frente a velocidade reduzidamente menor da mudança vital/corporal. As vezes é como se você concluísse que o ar  não é mais importante por uma hipótese aparentemente infalível e fazer com que seu corpo se adapte a isso. Como? 
Acho que não consigo mais me detalhar porque minha mente já está anos luz a minha frente enquanto meus dedos envelhecidos apenas estão tricotando sobre um teclado, aparamente velho também tentando transcender minhas ideias que a cada dia tornam-se mais complexas

M. B

1 comentários:

Fernando Castro disse...

Tenho me encontrado exatamente nessa situação. Como se fosse a corda de um cabo de guerra, fico sem saber se evoluo na velocidade das minhas ideias ou se crio raízes com a estagnação do meu corpo.
Adorei o texto, Marina.
:)